Saga da Realidade
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Episódio um: A Centelha Obscura

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Mensagem por Admin Seg Set 30, 2024 5:10 pm

É só mais um dia longo de uma jornada de trabalho cansativa para Serafyne. As ruas da capital francesa, que antes pareciam vibrantes, agora estão cobertas por uma camada de apatia. A pressa dos transeuntes e o barulho incessante dos carros na Boulevard de Sébastopol formam uma sinfonia sem alma. Ela observa a Torre Eiffel à distância, sua silhueta imponente perdida na neblina fina que começa a subir do rio Sena.

Enquanto caminha pelas margens do rio, um raio dourado de luz se reflete na água, arrancando um leve sorriso de seus lábios. A mágica do pôr do sol em Paris, com suas nuances de laranja, vermelho e púrpura, sempre consegue aquecer seu espírito. A leve brisa que sopra do Sena, acariciando seu rosto, traz um momentâneo esquecimento das responsabilidades. O fluxo do rio parece carregar consigo as dores e memórias tristes, deixando espaço para algo mais.

Naquele instante, a realidade se dobra levemente, e as cores do mundo começam a mudar. Serafyne, sempre sensível à magia que permeia o tecido do universo, sente os contornos da vida ao seu redor tornarem-se mais vivos. As árvores às margens do Sena parecem sussurrar segredos antigos, e o céu, tingido de azul profundo, se desfaz em uma aquarela de magia. Por um breve momento, ela se lembra de sua mãe, das tardes em que pintavam juntas no ateliê modesto, antes de tudo desmoronar.

Com o brilho do dia se desvanecendo, ela respira fundo e volta à rotina. Caminhará até a estação de metrô mais próxima, possivelmente a Gare de Lyon ou a Nation, dependendo de onde estiver. Paris, apesar de seu tamanho, ainda oferece aos seus habitantes a conveniência de uma rede de transportes rápida e eficiente. Serafyne desce pelas escadas sujas da estação, e o odor de metal enferrujado e poluição invade seus pulmões. As plataformas estão lotadas de trabalhadores exaustos, com olhares perdidos e rostos sem expressão.

Ela embarca no metrô linha 7, que a levará para o subúrbio. O subúrbio de Paris, especificamente em Ivry-sur-Seine, onde mora, é diferente do brilho e glamour da cidade central. Os prédios são cinzentos, de arquitetura brutalista, e a presença policial constante traz uma sensação de inquietação, como se algo maior estivesse sempre prestes a acontecer.

Após chegar em casa, troca de roupa rapidamente, o ritual diário de deixar para trás a Serafyne trabalhadora e vestir a Serafyne Maga. Sabe que Thomas e Nádia estão à sua espera na Cabala, um grupo restrito de magos que começou a se reunir em segredo nos arredores de Paris. Thomas, sempre meticuloso, provavelmente já está folheando algum tomo antigo, enquanto Nádia, com seu ar mais descontraído, provavelmente está preparando algum tipo de proteção mágica para a noite.

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Mensagem por Serafyne Satielle Qua Out 02, 2024 2:33 pm

Após chegar no meu minúsculo apartamento de único cômodo, finalmente me sinto em casa. Troco de roupa e vou direto para o chuveiro. A água morna alivia o cansaço do dia. Visto uma camiseta preta e uma calça jeans escura, jogo meu casaco marrom por cima, pego o gorro e as luvas. Me vejo no espelho por um momento. Hoje posei pra uma pequena revista brasileira, eu mantinha uma postura ereta, confiante perante a câmera, mas aqui, nesse bairro violento, ando ligeiramente encurvada, tentando passar despercebida.

Pego minha bolsa de pintura — minha ferramenta de magia, onde guardo minha boina, prancheta rústica e pincéis. Olho o relógio: 20:15. Hora de sair. O destino: a biblioteca do professor Thomas.

Caminho por 45 minutos, atravessando becos escuros, ruas mal iluminadas e vielas desertas até chegar ao nosso habitual ponto de encontro. Lá está Nádia, distraída, brincando com magia num canto. Thomas, o professor, parece aflito, folheando desesperadamente um livro em busca de algo. Nádia comenta que ele anda assim há horas, e o mais estranho foi ele ter comprado um “celular”, desses aparelhos caros que só vejo nas mãos dos ricos, quando faço trabalhos de fotografia em eventos luxuosos.

Me aproximo e, ansiosa, pergunto sobre o pagamento do trabalho que fiz no Louvre. Trabalhei o dia todo e até agora só tive café, e meu aluguel está atrasado. Ele, no entanto, parece alheio à urgência da minha situação, dizendo que resolverá depois.

Em vez disso, Thomas nos fala de uma missão: encontrar um livro de capa amarela sobre objetos mágicos. Nádia logo sobe para o sótão, mas grita que não há luz lá em cima. O professor me entrega um lampião a querosene e me manda ajudá-la.

Lá em cima, o ar é denso, e tudo o que vejo são ratos, baratas e aranhas entre livros empoeirados. Chamo por Nádia, mas ela não responde. Depois de um tempo, ela aparece de repente, me atingindo com um livro enquanto salta de uma viga estrutural, aterrissando no chão com uma agilidade que me faz sorrir.

A busca pelo livro continua, e então o telefone de Thomas toca. Curiosa, me deito no chão e coloco o ouvido entre as tábuas para ouvir melhor, nãome importo de me sujar a curiosidade é maior. Ele fala com alguém chamado Lockwood, e a tensão na voz dele me diz que é algo importante.

Descemos quando Thomas sai e nos pede para organizar os livros. Entre a preguiça e a vontade de terminar logo, acabamos procrastinando. Nádia, sempre curiosa, brinca com um revólver que encontramos, e acidentalmente dispara, fazendo um buraco no assoalho. Tento usar magia para voltar o tempo, mas fracasso — manipular o tempo é uma arte que exige um domínio muito maior.

Decidimos cobrir o buraco com um tapete e descemos para o porão, usando uma lanterna de pilha. Em meio à bagunça, encontramos uma espada medieval enrolada em uma tapeçaria antiga. Para nossa surpresa, o nome da avó de Thomas está inscrito em uma das peças, datado de 1329. Seria só coincidência?

Quando Thomas retorna, estamos cobertas de poeira e ele nos repreende por não termos feito o que pediu. Mesmo assim, ele me paga pelos serviços da manhã, entregando-me 16 francos. Com isso, me despeço de Nádia e continuo a busca pelo tal livro de capa amarela.

Ao sair, vejo o velho relógio da biblioteca marcar 23:30. Nas ruas desertas do meu bairro, noto dois homens me seguindo. Eles me abordam e tentam me assaltar, mas Nádia surge do nada com a arma descarregada e os bandidos fogem. Ela me mostra o livro: Objetos Místicos. Passamos horas discutindo até que consigo convencê-la a entregá-lo ao professor.

No dia seguinte, vou até a biblioteca para devolver o livro, mas encontro as maçanetas trocadas. Do lado de fora, os dois bandidos de ontem estão em situações opostas: um morto, o outro algemado e apavorado. Com minha habilidade de escutar e interpretar boatos, percebo que um deles levou um tiro na cabeça, mas sem deixar sangue. Quem estava no telhado? Nádia?

Pago meu aluguel, sobrando apenas 10 francos. Tomo um café da manhã simples e, mais tarde, encontro Thomas, que confirma a troca das maçanetas devido a tentativas de arrombamento. Ele me diz para tirar o dia de folga, então vou ao apartamento de Nádia. Lá, comemos um café da manhã mais decente, e ela me explica que venderá a arma, pois não sentiu nenhuma magia nela.

Com o dia livre, decido me maquiar e ir à Torre Eiffel, tirar fotos com turistas para complementar a renda. Mais um dia nessa vida instável, entre o comum e o místico.


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Mensagem por Serafyne Satielle Qua Out 02, 2024 2:53 pm

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